quarta-feira, 10 de junho de 2020

AS TRANSFORMAÇÕES DA ESCRITA CUNEIFORME (PARTE 2)


Com o avanço da língua, e quanto mais pessoas passavam a conhecer a forma de se escrever, as palavras passaram a perder a sua morfologia inicial, em que sempre se lembrava a coisa que queria se representar. A palavra boi, como todas as outras passou por esse processo.

A palavra boi inicialmente se escrevia assim:




Representação que lembrava a cabeça do animal. Porém com o avanço do tempo, teve essas transformações:










A palavra sol também sofreu por essas mudanças. Inicialmente, poderíamos dizer que lembrava um sol nascendo, entretanto com o avanço da escrita chegou até a algo diferente:













Escrito por: Igor Cândido Matias


Fontes:
Facuty of Oriental Studies, Oxford University. The Eletronic Text Corpus of Sumerian Literature: Cuneiform Writting. 2005. Disponível em: http://etcsl.orinst.ox.ac.uk/edition2/language.php.

AS TRANSFORMAÇÕES DA ESCRITA CUNEIFORME (PARTE 1)

A criação da escrita cuneiforme, provavelmente, se deu na cidade de Uruk no sudeste da Mesopotâmia, datando de aproximadamente 3400-3300 antes do tempo comum. Os primeiros registros nesse tipo de escrita foram feitos na língua suméria.
Em sua forma inicial, a escrita cuneiforme tinha uma forma bastante primitiva de linguagem, em que cada pictograma significava uma palavra, com isso os números dos pictogramas rondam os milhares, indo provavelmente até 2000 pictogramas conhecidos. Com isso, essa forma bastante complexa de escrita, que era bastante dificultosa de ler e escrever, justamente por causa do elevado número de pictogramas, começou a ser simplificada. A partir do final do terceiro milênio e o inicio do segundo, a escrita cuneiforme tinha se desenvolvido para um sistema combinado de palavras, em que os símbolos eram combinados para se dar um novo significado a eles, ao invés de criar um novo pictograma para a palavra.
Um exemplo foi da palavra estrangeira, em que os sumérios pegaram o pictograma da palavra mulher, e juntaram com o da palavra montanha, fazendo uma alusão aos povos do norte da mesopotâmia que era um lugar montanhoso.





Escrito por: Igor Cândido Matias

CHINA

Nessa imagem é possível notar de maneira mais clara o que é uma escrita ideográfica. Podemos notar também que ao longo do tempo houve uma mudança com a semelhança dos pictogramas iniciais. É como se fosse uma maneira representativa da imagem. 



Uma das composições básicas dessa escrita são: 
Pictogrmas- picto – pintura, grama – letra. Não representam sons, mas sim o próprio objeto.
Ideograma- ideo – ideia, grama – letra 
Radical- Uma espécie de classificador, cada radical vai significar algo, existem mais de 200 radicais. 
Traços – compõem os caracteres. Não é qualquer rabisco que pode ser um traço, os traços são bem definidos. 
Para entendermos, brevemente, como funciona esse sistema analisemos os seguintes caracteres:


Durante a dinastia Qin houve a primeira padronização dessa escrita, desde então mantiveram uma constância estrutural. Muito dos textos anteriores a essa padronização, em principal da forma primitiva, são indecifráveis. No dicionário Shuówen a escrita foi organizada e dividida em 6 partes: 1-Pictogramas, 2-composição pictofonética, 3- ideográficos, 4- agregações lógicas, 5- transformação associativa, 6- empréstimo. 
Hoje se tem mais de 160 mil ideogramas nos acervos, mas cinco a oito mil é que são usados atualmente, sendo três mil ideogramas usados na língua cotidiana. Essa escrita influenciou a Coreia, Vietnã e Japão. A questão da arte caligráfica é muito importante e apreciada para os chineses, fica fácil observar esse ponto pela evolução dessa escrita e pela quantidade de caracteres. 
Após entender como se deu o desenvolvimento de uma das escritas mais antigas, podemos compreender um pouco da cultura e preferências dessa civilização. Se pensarmos que tudo teve início com uma pessoa ou grupo de pessoas que decidiram fazer uma representação breve do que viam, que, quando unidas, transmitiam pensamentos e a partir desse passo inicial tanta coisa pôde se desenvolver, percebemos a importância da escrita e nossa necessidade de registro( desde as pinturas rupestres) e que esses inícios tiveram ativa participação em tudo o que vinha depois, nas mais diversas esferas do conhecimento humano. 


Escrito por: Raquel Simões Albuquerque 
Fontes: https://www.sohistoria.com.br/ef2/china/p6.php
https://chinatradecenter.wordpress.com/2009/10/02/escrita-chinesa-como-surgiu/amp/
Barreto, C. Clavis sinica: breve História da longa batalha pelo sistema de escrita chinesa no ocidente entre os séculos XVI e XIX. Alfa, São Paulo, v61, n1, p201-225, 2017.
https://chines.wordpress.com/2011/06/18/a-origem-da-escrita-chinesa-%E6%B1%89%E5%AD%97-%E2%80%93-parte-2/
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/verso/a-evolucao-da-escrita-chinesa-1.686916
https://www.estudopratico.com.br/escrita-na-china/
Ideogramas e a cultura chinesa (Hsuan- na, Tai)

LENDO HIEROGLIFOS


EGÍTO ANTIGO (PARTE 2)

Os sinais fonéticos são figuras que correspondem a sons específicos. São divididos em: uniliterais ou uniconsonantais (apenas uma letra); biliterais ou biconsonantais (duas letras); e triliterais ou triconsonantais (três letras). Os sinais uniliterais são os mais simples da língua, e a partir deles criou-se o pseudo-alfabeto, onde se encontram os símbolos correspondentes às consoantes e semivogais do nosso alfabeto. Por último, existem os determinativos. Estes são sinais hieróglifos que não possuem valor fonético, aparecendo ao final das palavras com a finalidade de indicar seu real significado. Tais sinais são muito importantes para a escrita egípcia, pois é por meio deles que sabemos onde termina uma palavra, já que nessa escrita não existem marcas para a pontuação. Também são importantes para diferenciar palavras que são escritas de maneira semelhante. Por exemplo, as palavras “escriba” e “escrita” são escritas com o mesmo sinal hieroglífico, que representa os instrumentos utilizados para a escrita. A diferenciação é feita pelo determinativo, que no caso de escriba é um homem, e no caso de escrita é um papiro selado. Existem, ainda, algumas particularidades em relação à escrita que merecem ser enunciadas, pois aparecem em algumas das publicações analisadas. Uma delas é em relação aos chamados complementos fonéticos, ou seja, sinais fonéticos que seguem as palavras formadas por signos bi ou triconsonantais, com a função de enfatizar o som ou preencher espaços. Os complementos fonéticos, contudo, não são lidos, cumprindo apenas as funções descritas acima. A função de preencher espaços está diretamente relacionada à outra característica da escrita, qual seja, organização harmoniosa dos signos hieroglíficos em quadrados imaginários. Nessa disposição, alguns sinais ficam sobrepostos, sendo a sua leitura realizada de cima para baixo. Outra particularidade da escrita egípcia está relacionada à direção de escrita e leitura. Enquanto as escritas ocidentais geralmente são lidas e escritas da esquerda para a direita, a escrita egípcia antiga pode aparecer em quatro direções diferentes: da esquerda para a direita; da direita para a esquerda; de cima para baixo com a leitura a partir da esquerda; e de cima para baixo com a leitura a partir da direita. Tais direções são determinadas pelas figuras animadas que aparecem no texto. Tais figuras sempre estão voltadas para o início da frase. Na sociedade egípcia, porém, poucos sabiam ler e escrever os sinais hieroglíficos. Essa era uma função geralmente exercida por alguém muito prestigiado, que ostentava o título de escriba. A formação do escriba era difícil e demorada, até o completo domínio da língua, mas era necessária para a manutenção do Estado egípcio. O aprendizado também era cansativo, e os professores não se continham se fosse preciso castigar fisicamente um aluno. Num relato datado provavelmente da XII Dinastia, a Sátira das Profissões, um pai que conduz o filho para a escola de escribas descreve as diferentes profissões. Sobre a do escriba, diz: Eis que não há profissão sem chefe, exceto a do escriba: ele é o chefe. Por isso, se souberes escrever, esta será para ti melhor que as outras profissões que te descrevi em sua desdita. Atenta para isso, não se pode chamar um camponês de ser humano. Em verdade eu te fiz ir para a Residência, em verdade fiz isso por amor a ti, (pois) um dia (que seja) na escola, será proveitoso para ti. Suas obras duram como as montanhas...Percebe-se, assim, por esse pequeno trecho, o quanto era valorizada a profissão do escriba em tempos faraônicos. Os egípcios costumavam escrever em quase tudo que construíam, desde paredes, portas e colunas de tumbas e templos, a objetos de uso cotidiano. Os escribas aprendizes utilizavam-se geralmente de lascas de calcário ou fragmentos de cerâmica, chamados pelos gregos de “ostraca”, ou de tábulas de madeira em suas tarefas, por serem materiais mais baratos que o papiro. Este era um material caro, destinado apenas àqueles que já possuíam a experiência e conhecimentos necessários. O processo de produção do papiro aparece com freqüência nos livros analisados. Esse constava, primeiramente, da coleta do Cyperus papyrus, encontrado em abundância nas regiões pantanosas do vale do Nilo. Em seguida, o caule da planta era descascado, e o miolo era cortado em fatias finas. As tiras eram deixadas de molho em água por alguns dias, para a dissolução do amido. Depois de retirada a água, as tiras eram dispostas lado a lado, em camadas organizadas em forma de cruz. As camadas eram prensadas e, depois de unidas, as faces eram polidas e as bordas aparadas. Os pincéis utilizados eram produzidos a partir do Juncus maritimus, uma planta que crescia naturalmente no Egito. As extremidades do junco eram cortadas e preparadas de diferentes maneiras: um dos lados era seccionado na diagonal, enquanto o outro era esfacelado. Essa diferenciação produzia uma ponta fina, para traços mais delgados, enquanto a outra se destinava a traços mais espessos. No Período Greco-Romano foi utilizado o junco Phragmites communis para o mesmo fim. Para a escrita em papiros, o destaque gráfico das palavras era feito com tinta vermelha, obtida do ocre. A cor mais utilizada, contudo, era o preto, que tinha como origem o carvão. Para a produção da tinta, o ocre ou o carvão eram moídos em um pequeno almofariz, e depois eram misturados a uma espécie de goma. Essa mistura era colocada em locais específicos nas paletas, e ali ficavam até a secagem completa. Para a utilização, primeiramente o pincel era colocado na água e depois passado sobre a tinta seca, como numa espécie de aquarela caso errasse uma inscrição o escriba poderia tentar consertar com a própria língua, com um pequeno pedaço de pedra calcária, ou com um pano úmido.


 


Escrito por: Jeziel Vinícius

EGÍTO ANTIGO (PARTE 1)

A expressão ta hieroglyphica tem origem grega, significando “as letras sagradas esculpidas”, de onde vêm “hieroglífica” e “hieróglifos” . Para os egípcios, a escrita era uma invenção de Toth, deus da sabedoria, que decidiu ensiná-la aos homens contrariando uma ordem do deus Ra. O nome dado por eles à sua escrita era medju netjer, ou literalmente, palavras dos deuses. O desenvolvimento da escrita egípcia pode ser separado em cinco estágios, de acordo com a análise de documentos datados, produzidos ao longo dos 3.000 anos da História dessa sociedade . O primeiro estágio, chamado de Egípcio Antigo, corresponde à forma escrita desde o seu surgimento, no final do IV milênio a.C., na fase anterior à unificação, até a VI dinastia. Os textos desta época aparecem na forma de legendas, escritas sobre artefatos variados. Documentos com textos mais longos surgiram na V Dinastia, destacando-se nessa fase os Textos das Pirâmides. O próximo estágio, o Médio Egípcio (c. 2140 - 1360 a.C.), corresponde à forma escrita utilizada do Primeiro Período Intermediário até meados da XVIII Dinastia. Esta fase também é conhecida como “Egípcio Clássico”, e foi empregada até o final da história egípcia na antiguidade. Os documentos produzidos em Médio Egípcio são variados, incluindo os de natureza religiosa, legal e textos literários. Por ter sido a forma mais utilizada para a escrita, e cuja gramática é mais bem conhecida, normalmente é o primeiro estágio estudado em cursos de escrita egípcia antiga no Brasil. Os últimos três estágios são: o Egípcio Tardio (de meados do século XIV até 700 a.C.), que era a forma escrita utilizada desde o Reino Novo – a partir do reinado do faraó Akhenaton até o Terceiro Período Intermediário; o Demótico (c. 700 a.C. – 300 d.C.), que era a “língua popular”, empregada em textos relacionados ao cotidiano, bem como comerciais e jurídicos; e o Copta (do século III d.C. em diante), último estágio da língua, cuja estrutura vocálica é conhecida, sendo ainda utilizada na igreja Copta .Com o advento do cristianismo, no século IV d.C., o sistema egípcio de escrita, considerado pagão, caiu em completo desuso. O último texto hieroglífico escrito na Antiguidade foi gravado num dos templos da ilha de Philae, em 394 d.C. A língua e a escrita cópticas, porém, foram preservadas, pois eram utilizadas pelos descendentes cristãos dos antigos egípcios, na liturgia. Isso tornou possível que o padre Athanasius Kircher identificasse a língua e a escrita cópticas como remanescentes das antigas grafias e falares egípcios. Ele publicou, no ano de 1643, um dicionário e uma gramática do copta, que foram úteis, posteriormente, para a decifração dos hieróglifos. Mas foi a expedição de Napoleão ao Egito, em 1799, que fez a mais importante descoberta para a decifração desses símbolos: a “Pedra de Roseta”. A “pedra”, na realidade uma estela comemorativa, contém um texto cujo conteúdo é um decreto dos sacerdotes de Mênfis em honra ao faraó Ptolomeu V Epifânio, gravado em três formas de escrita: Hieroglífica, Demótica e Grega. A importância deste documento está na possibilidade de que a escrita grega poderia ser comparada com a egípcia, fato que impulsionou a pesquisa de inúmeros estudiosos europeus da época. Quem completou o processo de decifração, no entanto, foi o francês Jean-François Champollion, que anunciou a sua descoberta em 29 de setembro de 1822. Em 1824 Champollion publicou uma obra (Précis du système hiéroglyphique), onde o sistema da língua foi exposto . A descoberta de Champollion possibilitou a criação de uma nova ciência: a Egiptologia. Depois dele, muitos outros filólogos e egiptólogos debruçaram-se sobre as inscrições egípcias, e assim foi possível escrever a história dessa sociedade a partir de fontes produzidas por ela mesma. O fascínio pela língua egípcia continuou, e atualmente existem várias obras que discorrem sobre esse tema. Entre elas, algumas de cunho didático, e que são utilizadas por professores de ensino médio e fundamental, nas aulas de história. Assim, ao verificar que vários livros paradidáticos relacionados ao antigo Egito mostram capítulos ou partes dedicadas a explicações sobre os hieróglifos, criou-se um projeto de investigação que teve como objetivo principal o reconhecimento e a avaliação de como as informações relacionadas à escrita egípcia antiga são transmitidas aos estudantes de ensino médio e fundamental. A Estrutura da Escrita Egípcia Antiga, foi necessário um conhecimento prévio da estrutura da escrita egípcia antiga.A escrita egípcia é formada por um grande número de sinais, que no estágio conhecido como Médio Egípcio inclui aproximadamente 700 hieróglifos (. Esses podem ser classificados a partir de quatro tipos de sinais (pictográficos, ideográficos, fonéticos e determinativos), cada um com um valor gramatical diferente . Os sinais pictográficos foram os primeiros utilizados pelos egípcios. São signos objeto, que representam uma ideia, um objeto ou um ser. Por exemplo, o desenho de um braço significa literalmente braço da planta baixa de uma casa significa casa. Já os sinais ideográficos, diferentemente dos pictográficos, não tratam do próprio objeto, mas da ideia representada por eles. Assim, a imagem de um homem com a mão na boca representa várias ações, tais como comer, falar e sede. Essa divisão, no entanto, é apresentada apenas por alguns autores, como a egiptóloga francesa Bernadete Menu. Outros não fazem distinção entre pictogramas e ideogramas, como é o caso da egiptóloga escandinava Gertie Englund.



Escrito por: Jeziel Vinícius

ESCRITA NA ÍNDIA ANTIGA

A escrita na Índia
A Índia é um berço cultural muito rico, e, desde o que os ocidentais chamam de antiguidade, no século V A.C, quando ainda eram vários reinos e impérios independentes, as civilizações indianas eram muito ricas neste quesito. 
O sânscrito era a língua dominante na Índia, contudo, não há um “alfabeto” unificado chamado de sanscrito, a mesma língua pode ser escrita em diversos alfabetos, e o mesmo se aplica ao sânscrito, com a escrita Brami sendo a mais popular, se estendendo ao longo de todo território, logo em seguida a Karoshitri, que dominava apena a parte Noroeste do subcontinente.
Posteriormente, a escrita Braami se dividiu em dois grandes ramos:
Nagari e as escritas regionais de Gujarati, Bengala, entre outras
E as escritas Sul-indianas, como, por exemplo: Kannada, Mayalayam e o Tamil
Lembrando sempre que estas são formas de escrita, alfabetos, e não línguas próprias
Segue uma imagem da escrita brami




Escrito por: Pedro Bernardo Caetano